Crítica: Quando as Luzes se Apagam
Lights Out, EUA, 2016
Bem amarrado e eficiente, terror garante sustos e diversão na medida certa
★★★☆☆
Quando seu irmão menor começa a passar pelas mesmas experiências que ela passou quando criança, Rebecca (Teresa Palmer) conversa com sua mãe (Sophie, interpretada por Maria Bello) e resolve levar o garoto para sua casa por uma noite. Ela percebe então que os medos dele são reais e que a mãe deles é a chave para esse mistério.
Desde os primeiros instantes, Quando as Luzes se Apagam mostra a que veio. Nas primeiras cenas já conhecemos o “monstro” e praticamente todos os personagens da história. Daí pra frente as relações entre os personagens são explicadas e conhecemos o frágil estado da família da protagonista. Com uma trama bem amarrada, é esse drama familiar que efetivamente dá corpo ao filme, além de não deixar a narrativa cair na previsibilidade entre um susto e outro. Isso faz com que ele não caia em muitos dos clichês do gênero e insira altíssimas doses de terror psicológico.
A narrativa é bem econômica e se passa em uns 3 ou 4 lugares diferentes, principalmente na casa de Rebecca e na casa da família. Além dos três membros da família, os dois outros personagens que realmente participam da trama são o namorado de Rebecca e uma funcionária do conselho tutelar. Usando apenas esses elementos, a história flui suavemente e constrói um mitologia sólida para a ameaça que os ronda.
O diretor poderia ter feito uma adaptação mais preguiçosa (o filme é adaptado de Lights Out, curta que viralizou na Internet nos últimos anos e que é do mesmo diretor), colocando um monte de adolescentes fadados a morrer em uma trama completamente previsível, mas resolveu dar um tratamento digno ao seu mecanismo de terror e o colocou em contexto sério, que renderia até um mediano drama familiar por si só.
Apesar de não ser nenhuma grande obra de arte, o filme assusta e diverte a contento, sendo ótimo para assistir acompanhado (considerem-se avisados).