Coronavírus: Mais 10 Histórias de Contaminação em Massa


Veja a primeira parte aqui.

1. Volta às Férias

Em 25 de janeiro de 2021, uma escola particular da cidade de Campinas (SP) retomou as aulas presenciais em esquema de rodízio, com parte dos alunos em sala e parte em casa. Uma semana depois, um novo surto de COVID-19 já estava em curso. Em 1º de fevereiro, as aulas foram suspensas novamente, pois um aluno e um número não revelado de funcionários haviam testado positivo (outros seis alunos estavam sintomáticos). No dia 4 de fevereiro, a instituição confirmou que 8 alunos e 39 funcionários haviam testado positivo, incluindo um professora que precisou ser hospitalizada.

2. Volta às Festas

Em fevereiro de 2021, um bar no estado americano de Illinois resolveu realizar um evento especial para comemorar a reabertura do estabelecimento. Teria dado tudo certo, não fosse pela presença de cinco jovens muito “especiais”: um deles havia testado positivo para COVID-19 no dia anterior ao evento, enquanto os outros quatro apresentavam sintomas da doença. Nada disso os impediu de marcar presença em um bar com capacidade para 100 pessoas e desprovido de ventilação externa. O resultado foram 46 novas infecções: 29 entre os presentes no bar e 17 entre pessoas que entraram em contato com eles. Essas transmissões externas chegaram a um abrigo de idosos e a uma escola com 650 alunos, que precisou suspender as aulas para evitar novos casos.

3. Proteção quase total

O surto que ocorreu em março de 2021 em um lar de idosos do estado de Kentucky é quase um caso de sucesso. Um único funcionário contaminado provocou dezenas de infecções no local, mas o número de mortes foi baixo graças ao grande número de idosos vacinados. Ainda assim, três dos residentes faleceram devido à doença, sendo que apenas um deles já estava vacinado. A proteção do local teria sido maior se mais funcionários estivessem protegidos: enquanto 90% dos 83 idosos já haviam sido imunizados, apenas 50% dos 116 funcionários haviam recebido a vacina.

4. Fora do gelo – Parte 1

Em março de 2021, o resort canadense de esqui Whistler Blackcomb teve que fechar as portas antes do final da temporada devido a um surto de COVID-19 causado pelas variantes britânica (B.117) e brasileira (P.1). O surto se espalhou para outras regiões, aumentando os problemas enfrentados pelo Canadá graças à circulação das novas variantes dentre a população.

5. Fora do gelo – Parte 2

A variante brasileira também causou sérios transtornos para um time canadense de hóquei no gelo, o Vancouver Canucks. Depois de um jogo no dia 24 de março de 2021, os jogadores começaram a ficar doentes de COVID-19, com a doença se espalhando rapidamente e deixando os atletas sem condições de jogar. A equipe só voltaria aos rinques em 18 de abril, mas ainda sob questionamentos em relação à capacidade física dos jogadores que haviam acabado de se recuperar da doença. Além dos casos entre jogadores, membros da comissão técnica e familiares também foram contaminados.

6. Rebeldia Fitness

Um dos maiores eventos superpropagadores do Canadá ocorreu a partir de uma academia na cidade de Quebec. Até o dia 14 de abril de 2021, 224 frequentadores do estabelecimento haviam testado positivo, sendo responsáveis por mais 356 casos externos em 49 ambientes de trabalho da cidade. Uma frequentadora de 40 anos de idade veio a óbito. O surto, marcado pela presença da variante B.117 e pela internação de pacientes cada vez mais jovens, fez com que a cidade voltasse para a fase vermelha, o que foi estendido até pelo menos 9 de maio. O proprietário da academia é um notório questionador das medidas de contenção do vírus e já havia desafiado as orientações das autoridades em diversas ocasiões. Antes do novo surto, a academia estava em violação de três das medidas exigidas: os frequentadores não eram questionados sobre sintomas ou testes positivos, não havia distanciamento durante os exercícios e os funcionários não usavam as proteções exigidas.

7. Esforços divinos

No meio do mês de abril de 2021, os casos de COVID-19 tiveram um aumento repentino no Condado de Humboldt, na Califórnia. De uma semana para outra, o número de novos casos registrados dobrou. O surto foi rastreado até a igreja pentecostal Eureka, que havia realizado cultos no início do mês. 40 dos participantes e dezenas de outras pessoas que entraram em contato com eles foram infectados. Assim que foi informada, a igreja suspendeu as atividades e montou um centro de testagem no estacionamento do local, colaborando inteiramente com as autoridades para conter o surto e orientar os fiéis.

8. Mais festas

A região da pequena cidade canadense de Maple Creek estava com um baixo número de casos de COVID-19 até o início de abril de 2021. Porém, um único evento causou 40 novas infecções e colocou a cidade em alerta. As autoridades não quiseram compartilhar detalhes, mas disseram que o evento em questão foi uma festa ao ar livre que reuniu bem mais do que as 10 pessoas permitidas por reunião familiar. Cidadãos denunciaram a festa para as autoridades, mas aparentemente nenhuma medida foi tomada a tempo.

9. Jantar, jogos e karaokê

Nos dias 9 e 10 de abril de 2021, um clube na pequena cidade de Republic, no estado americano de Washington, resolveu fazer um evento para atrair novos membros, envolvendo apresentações musicais, jantar, jogos de pôquer e karaokê. Realizada em um ambiente fechado e com boa parte dos participantes sem vacinação, a festança resultou em 106 novas infecções, o que corresponde a aproximadamente 10% da população local. Negócios e serviços locais tiveram que reduzir o tempo de funcionamento ou suspender atividades, pois boa parte dos funcionários estava contaminada ou em quarentena por causa do surto. Todo o Condado de Ferry, onde Republic está localizada, teve que voltar para a Fase 2 das medidas de isolamento do estado.

10. Mal servidos

No final de abril de 2021, um homem foi preso na ilha espanhola de Maiorca depois de causar a contaminação de 22 pessoas. Ele havia testado positivo em março, mas não avisou a ninguém e continuou indo trabalhar normalmente em “um estabelecimento que serve comida ao público”, de acordo com as autoridades. Seus colegas de trabalho foram ficando doentes, o que prejudicou a capacidade de atendimento do estabelecimento e provocou prejuízos ao proprietário. O cidadão também frequentou uma academia próxima a sua casa, onde casos positivos foram identificados. Não houve fatalidades, mas a polícia o acusou de conscientemente colocar as vidas das pessoas em risco, inclusive de familiares e de um bebê que contraíram a doença durante o surto.