Crítica: Águas Rasas

The Shallows, EUA, 2016



Apesar dos muitos clichês, suspense diverte e entrega o prometido

★★★☆☆


Em Águas Rasas, a estudante de medicina Nancy (Blake Lively) vai surfar em uma praia deserta e paradisíaca na qual sua mãe havia surfado muitos anos antes. Mas como nem tudo é perfeito, ela é atacada por um tubarão e fica isolada sobre uma pedra a apenas 180 metros da praia, em água rasa e com o predador ainda à espreita. O que era pra ser uma bela aventura acaba se tornando uma dolorosa batalha pela sobrevivência.

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Apesar de um primeiro ato que mais parece um programa do Canal Off (o que, a depender do ponto de vista, não é de todo ruim), Águas Rasas entrega o suspense e os sustos com maestria. Uma vez que a ação começa, nem Nancy e nem o tubarão ficam desocupados, mesmo quando a disputa entre caça e caçador vira um jogo de paciência. Parece pouco, mas o jogo de gato e rato entre Nancy e o enorme predador (que não parece estar faminto, mas apenas muito irritado MESMO) é o suficiente para causar a montanha russa de emoções que todo filme pipoca deve prover.

Entre um ataque e outro, Nancy ainda precisa lidar com os ferimentos causados pelo ataque inicial, o que nos leva às cenas angustiantes que todo filme de sobrevivência deve ter. Além de Nancy, há mais uma meia duzia de personagens, e pelo menos metade deles são mortos pelo tubarão. A metade que sobrevive é a família dela, que está longe e com quem ela fala por telefone no início do filme. Como em outros exemplares do gênero, o drama familiar é usado como fator motivacional para que a protagonista lute até o limite das suas forças.

Com uma história simples e bem costurada, os eventuais exageros do roteiro são facilmente ignoráveis, ainda mais porque ele não se leva tão a sério assim. Curto e eficiente, Águas Rasas é uma diversão despretensiosa na qual vale a pena se jogar e curtir.