8 Dicas para lidar com a Pressão, o Estresse e as Incertezas


Existem basicamente dois tipos de situações nas quais ficamos sob pressão e estresse: aquelas que nós não podemos mudar e aquelas que podemos.

Para o primeiro caso, já que não há muito o que podemos fazer, precisamos traçar estratégias que nos ajudem a navegar pela turbulência. É aí que teorias como o estoicismo e o conceito de amor fati podem ser úteis.

No segundo caso, precisamos traçar estratégias para mudar a situação e atingir resultados, sendo mais proativos.

As oito dicas abaixo combinam estoicismo e proatividade para ajudar a lidar com pressões e incertezas, sejam elas da vida pessoal ou da vida profissional. Cada item vem acompanhado de uma série de perguntas que devem ajudar o leitor a iniciar reflexões sobre os temas.

1. Faça o que você pode com o que você tem

Em primeiro lugar, você precisa de autoconhecimento o suficiente para saber o que você pode ou não fazer. Essa é uma questão de gerenciamento de expectativas, sejam sobre você ou sobre as pessoas ao seu redor. Expectativas mal ajustadas estão nas raízes de quase todas as nossas frustrações.

Além disso, é sempre bom lembrar que o único comportamento que nós podemos controlar é o nosso próprio comportamento. Por mais que nossas vidas estejam intimamente ligadas às vidas de outras pessoas, nós não podemos depositar nelas todas as nossas esperanças e expectativas. Afinal, as pessoas ao nosso redor também sofrem com as próprias inseguranças e incertezas.

Sendo assim, há situações nas quais, ao invés de tentar controlar o “oceano”, nós precisamos aprender a navegá-lo.

  • Eu realmente preciso estar nessa situação? Quais são as minhas opções? Até quando isso irá durar?
  • Quais são os problemas que eu realmente preciso resolver?
  • O que EU posso fazer para alterar a minha situação?
  • Quais são os fatores sobre os quais eu NÃO tenho controle?
  • Como posso colaborar com as pessoas ao meu redor? Como posso ajudá-las?

2. Se organize!

Se você é o tipo de pessoa que já aceitou que não consegue ser organizado, está na hora de rever essa atitude. Existem diferentes formas de “ser organizado”. Você só precisa encontrar qual é a forma que funciona para você.

Mas você não vai descobrir isso “milagrosamente”. É preciso procurar dicas, ideias e ferramentas, recursos que você pode ir experimentando ao longo do tempo. Consequentemente, você também precisará de critérios para estabelecer o quão bem cada forma de organização funciona.

  • Qual é a série de passos que precisamos realizar para atingir nossos objetivos?
  • Quais recursos (relacionamentos interpessoais, objetos, habilidades, etc.) temos ao nosso dispor?
  • Como podemos verificar se estamos no caminho certo?
  • Quais elementos nós estamos negligenciando?

3. Não tente resolver tudo ao mesmo tempo

Um dos principais recursos que nós precisamos gerenciar é o tempo. Para tal, nós precisamos praticar a “arte” da priorização, selecionando quais atividades devem ser atacadas imediatamente e quais podem ser agendadas para um momento posterior.

Quando não fazemos isso, a vontade de resolver tudo imediatamente pode gerar uma frustração que vai se transformando em pânico, que, por sua vez, vai se transformando em paralisia. E, de repente, quando você tentou resolver tudo, acabou não conseguindo resolver nada.

Outra tendência problemática que temos é a de priorizar as atividades que nós queremos fazer ao invés daquelas que nós precisamos fazer. Na maioria das vezes, eliminar o que nós precisamos fazer vai nos dar mais tranquilidade para realizar aquela atividade mais agradável que nós queremos fazer.

  • Quais problemas nós precisamos resolver no curto prazo?
  • Quais problemas podemos deixar para resolver no médio ou no longo prazo?
  • Como posso dividir o meu problema para ser resolvido em etapas ao longo do tempo?
  • Como posso acompanhar a evolução dessas etapas?

4. Se prepare!

Existem muitas situações que nós podemos prever e para as quais podemos nos preparar. Para tal, precisamos colocar nossa imaginação para funcionar e projetar futuros possíveis. Isso evitará que nós tratemos todas as situações como se fossem emergências completamente imprevisíveis.

Porém, as emergências completamente imprevisíveis também ocorrem, e nós precisamos estar preparados para seguir os procedimentos de emergência ou para improvisar da forma mais calma e controlada possível. Nesses momentos, a inteligência emocional faz toda a diferença.

  • Quais situações conseguimos prever? Como podemos nos preparar para elas?
  • Para quais situações nós NÃO estamos preparados(as)?
  • Podemos simular situações de emergências?
  • O que precisamos aprender?
  • Como podemos aprender? Livros, cursos, pessoas, sites, vídeos?
  • O que podemos aprender com os nossos erros? O que podemos aprender com os erros dos outros?
  • Como podemos compartilhar conhecimento uns com os outros?

5. Tome decisões bem embasadas e realistas

É preciso prestar atenção na distância entre o que você quer fazer e o que você precisa fazer. Nem sempre a forma com a qual você quer resolver um problema é a forma que realmente dará certo. Nos piores casos, a sua “resolução” pode chegar a criar novos problemas sem sequer resolver o problema original.

Além disso, é preciso saber em quais momentos você deve adiar recompensas de curto prazo em prol de resultados positivos no médio e no longo prazo. Nesse sentido, procure práticas que te ajudem a controlar a impulsividade.

  • Quais informações eu preciso levantar para entender a situação?
  • O que eu quero fazer irá realmente resolver o problema?
  • A resolução que eu irei aplicar resultará em novos problemas?
  • Quais serão as mais prováveis consequências das minhas ações?
  • Quais serão os efeitos das minhas ações sobre as vidas das outras pessoas?

6. Cuide de sua saúde

No fim das contas, os maiores recursos que você possui são suas saúdes física e mental. Por mais que elas não sejam perfeitas, é preciso tomar medidas sustentáveis para “manter a máquina rodando”. Talvez essa deveria ter sido a primeira dica desse artigo, pois sem ela todo o resto cai por terra.

Cuidar da saúde não significa apenas fazer exames rotineiros e tomar remédios, mas principalmente desenvolver hábitos que vão evitar enfermidades e complicações mais sérias. Não é à toa que a prática de exercícios físicos e uma boa rotina de sono estão dentre as dicas desse artigo sobre a ciência da felicidade.

  • Quais os efeitos da pressão e do estresse sobre a minha saúde?
  • Quais hábitos eu posso adotar para ter uma rotina mais sustentável?
  • Onde posso encaixar mais momentos de descanso na minha rotina?
  • Como posso encaixar uma alimentação razoavelmente saudável na minha rotina?

7. Procure e utilize as ferramentas apropriadas

Apesar da primeira dica desse artigo ser “faça o que você pode com o que você tem”, isso não significa que você deve ficar para sempre satisfeito com as ferramentas que possui. As dicas 4 e 6 falam justamente sobre ir em busca de mais recursos, sejam eles físicos ou conceituais.

Em outras palavras, nós precisamos ser capazes de evoluir e nos adaptar a novas situações. Quando uma estratégia para de funcionar, ela precisa ser revista e, provavelmente, substituída. Assim como o tempo não para de passar, nós não podemos ficar parados no tempo.

  • Quais ferramentas outras pessoas estão utilizando? Quais elas recomendam?
  • Quais ferramentas de organização e gerenciamento de tempo podemos utilizar?
  • Quais ferramentas podem simplificar o trabalho ou ajudar com as nossas responsabilidades?
  • Quais recursos nós podemos conseguir?
  • Quais elementos podemos alterar na nossa estratégia?

8. Entenda o contexto completo da sua situação

Por fim, enxergue a sua situação sob uma perspectiva mais ampla. Na maioria das vezes, quando fazemos isso nós percebemos o quão pequenos nossos problemas são diante do grande esquema das coisas. A pressão, o estresse e as nossas incertezas podem até desaparecer quando encaramos a grandiosidade da vida e do tempo.

Em suma, amplie seus horizontes. Procure saber aquilo o que você não sabe. Não se apegue a ideias fixas, regras inquestionáveis, obsessões ou certezas absolutas. Seja capaz de questionar o que você sabe e de buscar novas conclusões e novos entendimentos.

  • Daqui a dez anos, como irei me lembrar do momento atual?
  • Como posso fazer o melhor uso possível do meu tempo?
  • O que posso fazer para tornar o mundo um lugar melhor para todos?